22/04/2009

EDUCAÇÃO, QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA

A educação cooperativa é a ferramenta adequada para transformar o Brasil em um País cooperativista. A educação e a capacitação são instrumentos de conhecimentos básicos para qualquer instituição, mas nas cooperativas é uma questão de sobrevivência. Sem esses investimentos, as cooperativas são discriminadas e marginalizadas pelo poder do capital e pelo processo social dominante que é a concorrência e o conflito. Quando se investe em educação estamos dando passos para a mudança comportamental do cooperado, com o intuito de transformar o perfil do associado desinformado, desestimulado, desinteressado, não participativo, individualista, competitivo, para o perfil de associado bem informado, solidário, motivado, participativo, ousado e empreendedor. Educar para a solidariedade e a ajuda mutua, tende a ser tarefa precípua das cooperativas. Por isso a importância de dirigentes de cooperativas serem sensíveis a realidade, investirem na educação dos seus associados e funcionários. É com esses instrumentos que se obtém o sucesso do empreendimento e um eficiente relacionamento entre cooperativa e o cooperado. A pratica da ajuda, vivenciada na família, exerce grande influência no processo de aprendizagem. A soma dos atos, experiências e trabalhos em conjunto promovem o crescimento moral e intelectual, dando sentido de unidade. Bons exemplos são as melhores estratégias de educação. Idéias, atitudes, formas de pensar, de ser e de agir influem diretamente no comportamento, podendo ser somadas, ou até multiplicadas durante a interação com outras pessoas que fazem parte de seu ambiente familiar, social e cultural. A educação participativa oportuniza novos caminhos e novas formas de convivência. Desenvolve a igualdade e a liberdade no direito de pensar, ouvir, questionar, analisar, aprovar, avaliar e decidir. Com o trabalho cooperativo as pessoas passam a descobrir seu potencial e desenvolvem valores e atitudes de respeito que contribuem para melhorar a qualidade de vida. A partir do momento em que a pessoa descobre o cooperativismo, vai perceber que não está sozinha e que tanto suas ações, quanto seus pensamentos, vão estar em contato com as ações e pensamentos de outras pessoas e que, juntas partilharão do mesmo sucesso como verdadeiros empreendedores.A educação é a base para explorar as potencialidades e habilidades do individuo e fazer com que o ser humano pense, reflita, discuta e aja conscientemente dentro de uma analise critica em toda e qualquer decisão. Os processos educativos do cooperativismo são os meios pelos quais ocorre a transmissão das idéias, dos valores, dos princípios e das ações próprias do cooperativismo. Por isso há estreitos vínculos entre cooperativismo e educação.A educação cooperativa é um dos pilares do cooperativismo, desde os Pioneiros de Rochdale. A educação cooperativa sempre esteve em destaque e foi reafirmada nos três congressos do Sistema Cooperativo Brasileiro que trataram especificamente dos princípios do cooperativismo.
Superintendente da OCEB

21/04/2009

A IMPORTÂNCIA DO COOPERATIVISMO

Reza a Constituição brasileira: “Caberá ao Estado estimular o Cooperativismo”. Embora esteja na Constituição, ainda convivemos com empresas que não reconhecem o benefício de se ter uma Cooperativa dentro de sua área.
Nos países de primeiro mundo, como Inglaterra, Espanha, Suíça, Alemanha, entre outros, o Sistema de Cooperativismo é estimulado não só pelos governos, como também pela iniciativa privada e é uma questão de cultura. Temos nesses países grandes bancos cooperativistas (no Brasil, já são dois) competindo no mercado. Essa cultura, felizmente, já está chegando ao nosso país, pois temos empresas, inclusive multinacionais, estimulando e incentivando a criação de cooperativas de crédito dentro de suas dependências.
O empresário sabe da importância de uma cooperativa, por sua função social, ajudando a tirar seus empregados das mãos dos agiotas e das financeiras que cobram juros astronômicos, fazendo, com isso, que a produção desse empregado aumente. O empresário apóia, cedendo o desconto em folha, o espaço físico para o seu funcionamento, às vezes até empregados são cedidos.
Esse apoio faz com que as cooperativas cresçam, oferecendo todo serviço bancário aos associados e competindo com a rede bancária nas taxas de juros, tudo sob a supervisão do Banco Central do Brasil.
Diversas empresas que se preocupam com o social apresentam aos seus novos empregados a Cooperativa como um ganho, pois eles poderão usufruir de todos os benefícios que a instituição oferece.
O cooperativismo oferece a oportunidade de trabalho a quem precisa, devolvendo respeito ao cidadão e resgatando sua cidadania. O cooperativismo gera rendas e traz tributos para o estado.
Nós, cooperativistas, aprendemos que é nas crises que as cooperativas crescem. Vemos com muita satisfação o sistema cooperativista de crédito crescendo e, hoje, no Brasil, já somos mais de 7 milhões de associados, espalhados por mais de 7.000 cooperativas, gerando mais de 200 mil empregos diretos e respondendo por mais de 6% do PIB nacional. Esta é a força do cooperativismo em nosso país.
Wagner Guerra
Presidente do Sistema OCB/RJ-Sescoop/RJ

19/04/2009

COMO SE TORNAR COOPERADO

Para associar-se, o interessado preenche voluntariamente uma proposta fornecida pela cooperativa que é submetida ao Conselho de Administração.
Aprovado a proposta, o candidato deverá subscrever quotas-partes de capital, ingressando na sociedade após a assinatura no livro de matrícula.
Essas quotas-partes são intransferíveis, não podem ser negociadas fora da sociedade nem dadas em garantia. A responsabilidade do associado vai até o limite das quotas-partes por ele subscritas.
Normalmente, as cooperativas de trabalho cobram diretamente de seus associados uma taxa administrativa suficiente para cobrir despesas de funcionamento.
Todas as decisões de interesse dos cooperados, inclusive as relativas a taxas administrativas, são discutidas, votadas e aprovadas nas assembléias gerais dos associados.

REGIME JURÍDICO

A cooperativa de trabalho deverá enquadrar-se no regime jurídico estabelecido pela Lei nº 5.764/71, sob pena de ser autuada na forma do art. 1º, § 1º, da Portaria do Ministro de Estado do Trabalho nº 925/95. Assim, a cooperativa de trabalho deverá apresentar as seguintes características:
a) número mínimo de vinte associados;
b) capital variável, representado por quotas-partes, para cada associado, inacessíveis a terceiros, estranhos à sociedade;
c) limitação do número de quota- partes para cada associado;
d) singularidade de voto, podendo as cooperativas centrais, federações e confederações de cooperativas, exceção feita às de crédito, optar pelo critério de proporcionalidade;
e) quorum para as assembleias, baseado no número de associados e não no capital;
f) retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às realizadas pelo associado;
g) prestação de assistência ao associado;
h) fornecimento de serviços a terceiros atendendo a seus objetivos sociais.

SOCIEDADE COOPERATIVA

Sociedade cooperativa é modalidade de sociedade de pessoas com forma e natureza jurídica próprias, não sujeitas à falência, e de natureza civil.
Trata-se de uma forma associativa, objetivando a união de esforços coordenados para a realização de determinado fim, que conta respaldo constitucional, visto que a Constituição Federal/88 versa em alguns dispositivos sobre regras gerais a respeito das cooperativas. A alínea c do inciso III do art. 146 dispõe que a lei complementar irá dar adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. O § 2º do art. 174 determina que a lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.
Os membros da cooperativa não têm subordinação entre si, mas vivem num regime de colaboração.

18/04/2009

PRINCÍPIOS COOPERATIVOS

Os princípios cooperativos são as linhas orientadoras através das quais as cooperativas levam os seus valores à prátca. Foram aprovados e utilizados na época em que foi fundada a primeira cooperativa do mundo, na Inglaterra, em 1844. São eles:
1º Princípio - Adesão voluntária e livre "Liberdade é despertar nos outros a vontade de fazer." As cooperativas são organizações voluntárias e abertas a todas as pessoas aptas a utilizarem os seus serviços e a assumir as responsabilidades como cooperados, sem descriminações de sexo, sociais, raciais, políticas e religiosas.
2º Princípio - Gestão democrática pelos cooperados " Nosso capital são as pessoas." As cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. As pessoas, eleitas como representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau (singulares) os cooperados tem igual direito de voto (um cooperado, um voto). As cooperativas de grau superior (centrais, federações e confederações) são também organizadas de forma democrática.
3º Princípio - Participação economica dos cooperados " Somar é compartilhar resultados." Os cooperados contribuem equitativamente para o capital das suas cooperativas e controlam-no democraticamente. Parte desse capital é, normalmente, propriedade comum da cooperativa. Os cooperados recebem, habitualmente, se houver, uma remuneração limitada ao capital integralizado, como condição de sua adesão. Os cooperados destinam os excedentes a um ou mais dos seguintes objetivos:
a) desenvolvimento de suas cooperativas, eventualmente através da criação de reservas, parte das quais, pelo menos, será indivisível;
b) benefícios aos membros na proporção das suas transações com a cooperativa; c) apoio a outras atividades aprovadas pelos cooperados.
4º Princípio - Autonomia e independencia "Empreendimentos autonomos e controlados por seus associados ." As cooperativas são organizações autonomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus cooperados. Se estas firmarem acordo com outras organizações, incluindo instituições públicas, ou recorrerem a capital externo, devem faze-lo em condições que assegurem o controle democrático pelo seus cooperados e mantenham a autonomia das cooperativas.
5º Princípio - Educação, formação e informação "Educar é construir um futuro melhor." As cooperativas promovem a educação e a formação dos seus cooperados, dos representantes eleitos e dos funcionários de forma que estes possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento das suas cooperativas.Informam o público em geral, sobretudo os jovens e os líderes de opinião, sobre a natureza e as vantagens da cooperação.
6º Princípio - Cooperação entre Cooperativas "A união faz a força." As cooperativas servem de forma mais eficaz aos seus cooperados e dão mais força ao movimento cooperativo, trabalho em conjunto, através das estuturas locais, regionais, nacionais e internacionais.
7º Princípio - Interesse pela Comunidade "A responsabilidade social está no DNA do cooperativismo."
As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas aprovadas pelos cooperados.
Fonte: OCB




SÍMBOLOS DO COOPERATIVISMO


Significados do Símbolo Universal do Cooperativismo
Pinheiros: Antigamente o pinheiro era tido como um símbolo da imortalidade e da fecundidade, pela sua sobrevivência em terras menos férteis e pela facilidade na sua multiplicação. Os pinheiros unidos são mais resistentes e ressaltam a força e a capacidade de expansão.
Círculo: representa a eternidade, pois não tem horizonte final, nem começo, nem fim.
Verde: Lembra as árvores - princípio vital da natureza e a necessidade de se manter o equilíbrio com o meio-ambiente.
Amarelo: simboliza o sol, fonte permanente de energia e calor.
Assim nasceu o emblema do cooperativismo. Um círculo envolvendo dois pinheiros, indicando união do movimento, a imortalidade de seus princípios, a fecundidade de seus ideais e a vitalidade de seus adeptos.
Bandeira: O cooperativismo possui uma bandeira formada pelas sete cores do arco-íris, aprovada pela ACI - ALIANÇA COOPERATIVA INTERNACIONAL em 1932, que significa a unidade na variedade e um símbolo de paz e esperança. Cada uma destas cores tem um significado próprio: vermelho - coragem. alaranjado - visão de possibilidades do futuro. amarelo - desafio em casa, na família e na comunidade. verde - crescimento tanto do indivíduo como do cooperado. azul - horizonte distante, a necessidade de ajudar os menos afortunados, unindo-os uns aos outros. anil - necessidade de ajudar a si próprio e aos outros através da cooperação. violeta - beleza, calor humano e amizade

HISTÓRIA DO COOPERATIVISMO


No século 18 aconteceu a Revolução Industrial na Inglaterra. A mão-de-obra perdeu grande poder de troca. Os baixos salários e a longa jornada de trabalho trouxeram muitas dificuldades socioeconômicas para a população. Diante desta crise surgiram, entre a classe operária, lideranças que criaram associações de caráter assistencial. Esta experiência não teve resultado positivo.
Com base em experiências anteriores buscaram novas formas e concluíram que, com a organização formal chamada cooperativa era possível superar as dificuldades. Isso desde que fossem respeitados os valores do ser humano e praticadas regras, normas e princípios próprios.
Então, 28 operários, em sua maioria tecelões, se reuniram para avaliar suas idéias. Respeitaram seus costumes, tradições e estabeleceram normas e metas para a organização de uma cooperativa. Após um ano de trabalho acumularam um capital de 28 libras e conseguiram abrir as portas de um pequeno armazém cooperativo, em 21-12-1844, no bairro de Rochdale-Manchester (Inglaterra).
Nascia a Sociedade dos Probos de Rochdale, conhecida como a primeira cooperativa moderna do mundo. Ela criou os princípios morais e a conduta que são considerados, até hoje, a base do cooperativismo autêntico. Em 1848, já eram 140 membros e, doze anos depois chegou a 3.450 sócios com um capital de 152 mil libras.
Fonte: OCB

COOPERATIVISMO


É o sistema fundamentado na reunião de pessoas e não no capital. Visa às necessidades do grupo e não do lucro. Busca prosperidade conjunta e não individual. Estas diferenças fazem do cooperativismo a alternativa socioeconômica que leva ao sucesso com equilíbrio e justiça entre os participantes.
Associado a valores universais, o cooperativismo se desenvolve independentemente de território, língua, credo ou nacionalidade.
DefiniçãoCooperativa é uma associação autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida.
ValoresAs cooperativas baseiam-se em valores de ajuda mútua e responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade. Na tradição dos seus fundadores, os membros das cooperativas acreditam nos valores éticos da honestidade, transparência, responsabilidade social e preocupação pelo seu semelhante.
Fonte: OCB